terça-feira, 28 de abril de 2015

EXCEÇÃO DA TARDE


Passei muito tempo da minha vida de telespectador dependendo de certos horários da Globo para ver filmes. Primeiro era a Sessão da Tarde, quando estudava de manhã; depois o Supercine e a Tela Quente. Esses eram aqueles filmes comuns que até hoje são repetidos ou têm seus similares contemporâneos. Os filmes um pouco melhores passavam lá pela meia noite, no Corujão.
Acho que os nomes eram esses mesmos. Aquilo sempre foi pra mim uma sessão de anestesia, nunca me importava muito com o que estava passando, era só uma forma de ajudar o tempo a passar.
Mais recentemente, com os canais pagos, a festa ficou mais animada: mais filmes e dezenas de seriados interessantes. Mas com cerca de cinco anos pagando esse pacote, começo a notar que ele dá sinais de cansaço. As repetições são insuportáveis e mesmo aqueles canais mais caros não saem do ramerrão comercial. Muito de vez em quando surge algo interessante de verdade.

E eu começo a pensar que não vale a pena pagar nem mesmo o plano mínimo. As horas em que me alieno propositalmente começam a sair muito caras: estou abrindo mão de algumas coisas noturnas que me fazem falta.
(Sérgio Fantini, 28/04/2015)

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