Passei muito tempo da minha vida de
telespectador dependendo de certos horários da Globo para ver filmes. Primeiro
era a Sessão da Tarde, quando estudava de manhã; depois o Supercine e a Tela
Quente. Esses eram aqueles filmes comuns que até hoje são repetidos ou têm seus
similares contemporâneos. Os filmes um pouco melhores passavam lá pela meia
noite, no Corujão.
Acho que os nomes eram esses mesmos.
Aquilo sempre foi pra mim uma sessão de anestesia, nunca me importava muito com
o que estava passando, era só uma forma de ajudar o tempo a passar.
Mais recentemente, com os canais
pagos, a festa ficou mais animada: mais filmes e dezenas de seriados
interessantes. Mas com cerca de cinco anos pagando esse pacote, começo a notar
que ele dá sinais de cansaço. As repetições são insuportáveis e mesmo aqueles
canais mais caros não saem do ramerrão comercial. Muito de vez em quando surge
algo interessante de verdade.
E eu começo a pensar que não vale a
pena pagar nem mesmo o plano mínimo. As horas em que me alieno propositalmente
começam a sair muito caras: estou abrindo mão de algumas coisas noturnas que me
fazem falta.
(Sérgio Fantini, 28/04/2015)
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